17/10/2017

Longe dos olhos, longe do coração

"Disse, porém, Davi consigo mesmo: Pode ser que algum dia venha eu a perecer nas mãos de Saul; nada há, pois, melhor para mim do que fugir para a terra dos filisteus; para que Saul perca de todo as esperanças e deixe de perseguir-me por todos os limites de Israel; assim, me livrarei da sua mão.”
1Samuel 27:1

Longe dos olhos, longe do coração, uma providência que pode camuflar mágoas, ressentimentos e indisposiçõe que podem reacender quando estamos próximos. Às vezes se afastar ou dar um jeito de excluir um opositor de vista pode nos conceder uma falsa sensação de segurança. Era isto que Saul estava tentando fazer e Davi resolveu, ele mesmo, se mudar para Gates, perto de temidos inimigos de Saul, local onde Saul jamais o procuraria. O que costuma funcionar é nos livrarmos da inveja, do ciúme e do coração competitivo, que pulsa em nosso peito. 

Inúmeras formas de se livrar de alguém, no entanto, a mais recorrente é ignorar totalmente a existência do rival, outra seria mostrar um cartão vermelho e expulsá-lo do campo onde somos os juízes, levantar intrigas, plantar provas falsas e até mesmo matar também são muito utilizadas. No fundo temos medo de ser ultrapassados e se preciso for, fechamos o caminho daquele contra quem lutamos, mesmo que a nossa rivalidade seja unilateral, como era o caso de Saul. Some-se a isso o componente espiritual, que se apossa daquele que não tem um compromisso sólido com a prática da justiça. 

Quando a balança que mede o merecimento alheio é propositadsmente desregulada, abre-se uma fissura por onde o nosso coração se torna acessível para abordagens injustas.  Se Saul fosse justo, renunciaria ao trono e o passaria para Davi, que ele mesmo reconheceu como melhor do que ele. Isto pode ocorrer com todo tipo de liderança, seja política, religiosa, empresarial, comunitária ou militar. 

A injustiça sempre recomenda o uso de força desproporcional, se estiver disponível. Davi, agora seguido por seiscentos Homens,  se refugiou em território pertencente à Aquis, cujo nome significa denegrirei, aterrorizarei. Os motivos pelos quais lhe chamavam assim, parecem óbvios. Leve ainda, em conta, a sua herança cultural ou genética herdada de seu pai Maoque que, que significa opressão. Devido ao uso desta palavra para descrever o comportamento deste homem, alguns intérpretes chegam a considerar que a influência demoníaca era real. Não era à toa, que Saul evitava um confronto direto com os filisteus. 

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Nota exegética: Filisteu é uma transliterção de pelishtiy, que significa imigrante. O que denota um povo voltado para a expansão de seus domínios, para tanto, construíram exércitos muito bem equipados e treinados. Originalmente habitaram a Filistia, habitantes de Creta (provável), e invadiram toda a costa marítima de Canaã.
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"Disse Davi a Aquis: Se achei mercê na tua presença, dá-me lugar numa das cidades da terra, para que ali habite; por que há de habitar o teu servo contigo na cidade real?”
1Samuel 27:5 

Nota exegética: Ziclague (Tsiqlag), que significa sinuoso podendo significar, que o acesso a ela era difícil, foi a cidade concedida por Aquis a Davi, como sua morada. Ele também não queria ficar muito perto de Aquis, o Filisteu.

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